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Se sofre de psoríase e estiver a pensar engravidar, terá certamente ouvido rumores – bons e maus. As mulheres com psoríase correm um risco mais elevado de terem complicações na gravidez? A psoríase desaparece quando engravida? O que acontece após o parto – são verdade os rumores sobre as crises pós-gravidez?
É muita coisa em que pensar. Assim, para ajudar a tornar tudo claro, explicamos o que a ciência tem a dizer sobre o assunto.
Bom, eis as boas notícias: as investigações mostram que ter psoríase não afeta as possibilidades de ter um bebé.1 Mas não desate já a correr a caminho da cama (ou pelo menos não antes de terminar a leitura deste artigo)! Há ainda bastantes aspetos a considerar quando se tem psoríase e decide ter um filho. A grande questão é, evidentemente, o tratamento e saber se será preciso alterá-lo quando engravidar. Fale abertamente com o médico sobre este assunto – os médicos estão habituados a ajudar os doentes a lidar com estas problemáticas.
Existem no entanto também outras coisas em que poderá não ter vontade de pensar, mas que poderão transformar-se em grandes dilemas que não poderá evitar. Quem quer falar sobre irritação dos mamilos? Bem nos parecia que não. Mas pense nisto: embora alguns especialistas recomendem a utilização de esteroides tópicos para aliviar as crises após a gravidez2, aconselham também que não sejam aplicados nos seios durante a amamentação.3 Isto poderá significar mais irritação em locais sobre os quais prefere nem falar.
Não ignore o «poderá»! Este é um prego de dois bicos. Muitas pessoas ouvem dizer que a psoríase melhora na gravidez e ficam muito entusiasmadas, o que é compreensível. Mas as investigações revelam que isto não acontece com toda a gente – cerca de 40-60% das mulheres consideram que o estado da pele melhora durante a gravidez.4 Se for uma delas, poderão ser 9 meses bastante agradáveis.
Infelizmente, as investigações revelam que a psoríase pode efetivamente agravar-se após a bem-aventurança da gravidez. No mesmo estudo, 65% das mulheres referiram um agravamento dos sintomas da psoríase após o parto.5 Uma vez mais, trata-se de apenas um estudo e a psoríase e a gravidez interagem de forma diferente de pessoa para pessoa. Você e o seu médico são quem melhor conhece o seu corpo e podem determinar o melhor caminho a seguir.
Esta é importante – estudos demonstram que as mulheres com psoríase têm um risco mais elevado de parto prematuro, baixo peso à nascença ou complicações placentárias.6 Se os riscos são algo que a preocupam, fale com o seu médico.
Se tiver psoríase, nesse caso existe 1 possibilidade em 4 de o bebé herdar a doença. Se tanto o pai como a mãe tiverem psoríase, a probabilidade é de cerca de 65%.9,10 Vale no entanto a pena lembrar que, só porque o bebé herda genes associados à psoríase, isso não significa que irá efetivamente desenvolver a doença. Efetivamente, cerca de uma em cada dez pessoas são portadoras de genes associados à psoríase e, no entanto, apenas 2% da população é afetada.11 Por outras palavras, a psoríase é uma doença de pele complexa que envolve muitos fatores, e não apenas os genes. É isto então, foram as palavras da ciência. E agora chegou a vez de falar com o médico e decidir o que é melhor para si.
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