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Ver mais além da psoríase

Apresentamos-lhe a Lisa

Lisa é casada e vive com o marido, o filho de 16 anos e a filha de 11 em Urmston, Manchester. É Diretora de Contabilidade e tem psoríase há 28 anos.

Quando era jovem, era tudo tão frustrante, perturbador e incomodativo. Um dia, no trabalho, o meu patrão chamou-me de lado e disse que tinha imensas manchas de sangue no fundo das pernas, atrás, onde a psoríase tinha causado uma hemorragia, notando-se através das calças de ganga. Senti-me pessimamente e tive tanta vergonha.

«Quando fui comprar o meu vestido de casamento, deveria ter sido o dia mais ansiado desde menina – mas não foi»

Quando fui comprar o meu vestido de casamento, deveria ter sido o dia mais ansiado desde menina – mas não foi. Emocionalmente, sabia exatamente qual era o vestido que gostaria de usar, mas racionalmente sabia que não podia ser, porque a psoríase também me tinha retirado isso. Mas acabei por encontrar um vestido bonito e não deixei que a psoríase estragasse o meu dia mágico.

Quando os miúdos queriam fazer festas de aniversário na piscina, tinha de os convencer a fazer outra coisa, porque não podia ser vista de fato-de-banho em público, porque não conseguia suportar os olhares das pessoas. Quando os amigos dos miúdos perguntam o que se passa comigo, eles respondem apenas que a mãe tem psoríase e já está. Não sentem qualquer necessidade de explicar mais nada, simplesmente aceitam.

Quando a minha psoríase ficava mesmo mal, o meu marido costumava passar uma hora comigo todas as noites a aplicar creme. Os meus dois filhos sempre se ofereceram para ajudar e costumavam beijar as manchas doridas para que a mamã se sentisse melhor. O meu marido disse-me sempre que a minha psoríase não o incomoda e que nem sequer a vê. Os meus filhos não a acham horrível quando olham para ela, aceitam que faz parte de mim. Quando se agrava, perguntam-me sempre como me sinto e a minha filha faz-me «miminhos mágicos» para que eu me sinta melhor.

Acho que a psoríase afetou imensamente a minha vida. Sinto que me foi roubada a oportunidade de ser uma jovem normal e de me sentir confiante. Não poder vestir o que quero e não me preocupar com o que as pessoas pensam de mim. Foi-me roubada a possibilidade de nadar com os meus filhos e praticar um desporto que adoro. Gosto de pensar que sou uma pessoa forte, por isso consigo pensar - NÃO, não vou deixar que a psoríase domine a minha vida e aceito-a simplesmente e sigo em frente, mas também passei por momentos muito difíceis a tentar lidar com tudo isto.

Contar com muito amor e apoio do marido, filhos, familiares e amigos foi imprescindível para mim e faz-me compreender que as pessoas vêem para além da psoríase e que gostam de mim por quem eu realmente sou.

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