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Os grandes momentos da vida: sobreviver ao Natal com uma doença de pele

Com o Natal a aproximar-se a passos largos, é altura de nos sentirmos empolgados! Pensar em decorar os corredores e acender a menorah, certo? Não necessariamente. Para quem vive com uma doença de pele, as Festas podem ser uma fonte de stress. Quer seja pelas expetativas de receber pessoas, a loucura com a roupa a usar ou o vaivém de familiares e amigos há muito distantes, o Natal pode fazer que os níveis de stress normais disparem, mesmo nas pessoas mais animadas e organizadas.

Em suma, o Natal envolve muitos elementos que podem desencadear crises e frustrações. Então o que pode fazer exatamente para evitar o stress natalício? Vamos ver em pormenor.

Planear com tempo

De acordo com um estudo recente, 63 por cento das pessoas com psoríase afirmaram que os sintomas se agravavam com o stress e 50 por cento afirmavam que a psoríase apareceu pela primeira vez durante um período de stress.1 Como podemos assim reduzir ao máximo a tensão relacionada com as festividades natalícias?

No que toca a antecipar-se ao stress associado às Festas, planear com tempo torna-se essencial. Pense em fazer uma lista de todos os eventos a que já sabe que terá de ir nesse mês e cumpra-a. Isso pode ajudar a eliminar a ansiedade associada aos planos de última hora e a toda a reorganização, garantindo ainda assim que consegue ir a todas as festas e cumprir todos os planos de bolos e bolachas que o obrigam a ir para a cozinha.

Comer e beber (e comer mais um pouco)

Por falar em bolachas, apesar de uma pequena guloseima ocasional não fazer mal a ninguém, na verdade quem é que consegue comer só uma? O Natal é conhecido como a época em que pode livre e abertamente permitir-se comer bolachas, doces de ovos e todos os tipos de pequenas delícias e comida de conforto. Mas sabemos bem que a alimentação pode afetar a doença de pele, por isso é importante não descarrilar.2

Embora não seja realista recomendar uns aperitivos de aipo em vez de bolachas, pense em usar de moderação. Se tiver consciência de que as comidas natalícias desencadeiam os seus sintomas, pense em levar a sua própria contribuição gastronómica para a festa. Ou então, da próxima vez que um familiar sugerir que ponham a conversa em dia com um copo de vinho ou uma sobremesa a acompanhar, tente perceber se estaria interessado em fazê-lo durante uma atividade desportiva, como uma caminhada ou um passeio de bicicleta. Deste modo, pode queimar aquelas pequenas asneiras e pôr a conversa em dia ao mesmo tempo!

Ponha o sono em dia

Com serões longos passados a assar castanhas ou madrugadas a correr atrás de crianças pequenas, o Natal é um período em que muitas pessoas descuram as horas de sono. No entanto, se vivermos com uma doença de pele, o sono é importante porque ajuda a combater a inflamação e aumenta a resistência.3 Embora ajude explicar às pessoas que não é propriamente preguiçoso, a verdadeira solução consiste em antecipar-se ao problema. Pense em fazer uma pausa das agitadas festividades simplesmente para relaxar. Quem sabe não sonhará com paragens mais quentes?

O tempo pede camisola

Embora as temperaturas mais frescas possam ser propícias à construção de bonecos de neve no jardim à frente de casa, a verdade é que fazem muitos estragos na vida de quem vive com psoríase ou urticária.4 Os especialistas sugerem que as temperaturas mais baixas podem não só secar a pele, como também causar irritação e exacerbações.5 Uma vez que tapar-se com uma velha e feia camisola de lã tricotada pela avó não tem efeitos muito duradouros, é importante manter a pele quente e hidratada. Use texturas naturais que sejam confortáveis e que respirem. Porque não usar aquele cachecol macio e sedoso na sua próxima festa? Afinal de costas, estamos no Natal!

Independentemente da ocasião que estiver a celebrar, haverá inevitavelmente comida, festivais e diversão nos meses que aí vêm. Não deixe que a sua doença de pele tome conta de si! Com estas dicas, não só se pode antecipar à sua doença, como também pode apreciar a época do Natal. Por isso, agarre na camisola e tome um copo de vinho quente, é tempo para festejar!

Referências

  1. Leavitt, Melissa. “If you’re vulnerable to stress, your psoriasis is, too.” Última consulta 11/5/2015 https://www.psoriasis.org/blog/if-youre-vulnerable-stress-your-psoriasis-too/
  2. Study on the use of omega-3 fatty acids as a therapeutic supplement in treatment of psoriasis. G Márquez Balbás, M Sánchez Regaña, and P Umbert Millet. Clin Cosmet Investig Dermatol. 2011; 4: 73–77.http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3133503/
  3. Cerrone, Julie. “Little changes make a big difference for psoriatic arthritis.” Última consulta 11/5/2015. https://www.psoriasis.org/blog/little-changes-make-big-difference-psoriatic-arthritis/
  4. Zuberbier, T., et al. "EAACI/GA2LEN/EDF guideline: definition, classification and diagnosis of urticaria." Allergy 61.3 (2006): 316-320. Consulta em 15 de novembro de 2015:http://onlinelibrary.wiley.com/store/10.1111/j.1398-9995.2005.00964.x/asset/j.1398-9995.2005.00964.x.pdf?v=1&t=ih2hmbzx&s=0c1da070aef69be82d2501ae31d6755769a8a451/
  5. Psoriasis. Schön MP, Boehncke WH. N Engl J Med. 2005 May 5;352(18):1899-912. Consulta em 16 de novembro de 2015:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=15872205 http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra041320/
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