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PASI, DLQI e PsO, Oh My!

A psoríase varia de pessoa para pessoa. Para alguns, é uma pequeníssima mancha incomodativa no cotovelo, mas para outros pode cobrir o corpo inteiro. A comichão no couro cabeludo por dar uma pessoa em doida, ao passo que outra poderá estar mais preocupada com o facto de se sentir complexada por ter a pele às manchas. E embora possa parecer que há preocupações mais graves na vida, todos estes sintomas – tanto físicos como emocionais – podem e devem ser medidos.

Vamos então falar sobre essas medições – a forma como o médico determina a gravidade exata da sua psoríase e se está a melhorar ou a piorar. Poderá estar a perguntar-se: porque é que isso sequer interessa? Juramos que interessa e saiba porquê: imagine que está a tentar tratar uma doença e não sabe de que forma o tratamento está a funcionar. E que tal tentar saber aquilo de que a pessoa necessita sem primeiro saber quais são efetivamente as suas necessidades?

Todos estes aspetos podem ser abordados com a ajuda das medições da psoríase. Se o médico souber se a psoríase está a melhorar ou a piorar, e se souber o nível de impacto que a psoríase tem na sua vida, estará mais bem equipado para determinar o esquema de tratamento certo PARA SI.

Que raio é um PASI?!?

Poderá ter ouvido o médico a falar da sua classificação PASI e poderá ter ficado completamente confuso. Vamos explicar tudo: PASI e uma abreviatura de Psoriasis Area Severity Index (Índice de Extensão e Gravidade da Psoríase). Falando agora em termos que um ser humano normal possa entender, significa que é uma forma de os médicos medirem a gravidade da sua psoríase.

E então como funciona? O PASI analisa uma série de fatores – vermelhidão da pele (ugh), espessura das lesões (ai), a extensão da descamação (ahhhh!!) e a percentagem da superfície corporal que está afetada. Sabemos que estamos aqui a falar de tudo o que detesta na psoríase. Mas são importantes para compreender a sua doença.

Cada área do corpo (cabeça e pescoço, braços e mãos, tronco e membros inferiores) é avaliada, sendo-lhe atribuída uma classificação de gravidade, a qual é então utilizada para calcular uma classificação global.1 Quer ver como funciona? Temos aqui uma prática calculadora online para aqueles de nós que não têm licenciaturas em medicina ou matemática...

Uma classificação inferior a dez poderá significar que a psoríase poderá ser ligeira a moderada, dependendo do local onde se manifesta, e que poderá precisar apenas de tratamentos de primeira linha, como emolientes e loções tópicas, para melhorar a situação. Uma classificação PASI superior a dez poderá ser considerada «moderada a grave», sugerindo que formas de tratamento mais potentes poderão ser mais adequadas.2

Mas então o que sente não conta?

Se vive com psoríase, sabe que a gravidade da doença manifestada na pele é apenas uma das peças do puzzle. A carga emocional que poderá estar envolvida na psoríase é um fardo imenso e tem sem dúvida um papel a desempenhar no impacto que a psoríase tem na sua vida. Afinal de contas, mesmo a psoríase «ligeira» consegue mantê-lo acordado de noite ou fazer que se sinta tão complexado que não quer sair de casa.

Como integramos então o impacto da psoríase, não só no seu estado físico, como também no bem-estar geral? É aqui que entra o DLQI (Dermatology Life Quality Index, Índice Dermatológico de Qualidade de Vida). E tal como o nome indica, o DLQI diz respeito sobretudo à avaliação da forma como a psoríase afeta a sua qualidade de vida.3,4

O DLQI é bastante simples – trata-se de um questionário com 10 perguntas que analisa tudo, desde a forma como a doença de pele afeta a capacidade para se levantar e vestir-se de manhã até ao modo como afeta a sua carreira profissional, o seu bem-estar emocional e a sua vida social. Parece-lhe interessante? Experimente responder ao DQLI!!

Mas o que significa? Bom, cada pergunta recebe uma pontuação de 0 a 3. Estas pontuações são então somadas de modo a produzir uma classificação final que pode ser de 0 a 30. Uma classificação de 0/1 sugere que a sua psoríase não o incomoda realmente, ao passo que uma classificação elevada indica que está a produzir um impacto significativo no seu dia-a-dia e a torná-lo bastante infeliz.5 Esta poderá ser a única situação em que o objetivo é alcançar uma pontuação de 0!

As pessoas são mais do que meros números

Os índices PASI e DLQI são bastante diferentes mas, em conjunto, fornecem ao médico uma imagem mais clara da forma como a psoríase o afeta fisicamente, na vida prática e psicologicamente. Não sabe quais são as suas classificações? Basta perguntar! Não fez nenhum dos testes? Fale com o seu médico sobre a monitorização da progressão da sua psoríase. Tem o direito de saber e, neste caso, saber é mesmo poder.

Referências

  1. Psoriasis assessment tools in clinical trials. Feldman SR, Krueger GG. Ann Rheum Dis. 2005 Mar;64 Suppl 2:ii65-8; discussion ii69-73.
    http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15708941http://ard.bmj.com/content/64/suppl_2/ii65.full
  2. Responsiveness to change and interpretability of the simplified psoriasis index.  Chularojanamontri L, Griffiths CE, Chalmers RJ. J Invest Dermatol. 2014 Feb;134(2):351-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=23897275http://www.nature.com/jid/journal/v134/n2/full/jid2013318a.html
  3. Dermatology Life Quality Index (DLQI)--a simple practical measure for routine clinical use. Finlay AY, Khan GK. Clin Exp Dermatol. 1994 May;19(3):210-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=8033378
  4. Two considerations for patients with psoriasis and their clinicians: what defines mild, moderate, and severe psoriasis? What constitutes a clinically significant improvement when treating psoriasis? Krueger GG et al. J Am Acad Dermatol. 2000 Aug;43(2 Pt 1):281-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=10906652
  5. Website Cardiff University – DLQI Instructions for use and scoring. Last accessed: 09.12.15.
    http://sites.cardiff.ac.uk/dermatology/quality-of-life/dermatology-quality-of-life-index-dlqi/dlqi-instructions-for-use-and-scoring/
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