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A perspetiva do chefe

Apresentamos-lhe a Lisa

A Lisa é Diretora de RH (Recursos Humanos) de uma atarefada empresa de cerca de 200 pessoas. Na sua função quotidiana, é responsável por equilibrar as necessidades da empresa com as dos seus colaboradores, prestando especial atenção à qualidade de vida no local de trabalho.

Sentámo-nos com a Lisa para descobrir como lida com as pessoas da sua empresa de modo a garantir que são felizes e produtivas, apesar de eventuais problemas pessoais ou profissionais que possam enfrentar.

A Entrevista

1. Pensa que, se um colaborador tiver um problema de pele, isso poderá afetar a sua produtividade? Acha que afeta o local de trabalho?

Sim – quando uma pessoa enfrenta dificuldades físicas ou emocionais, a sua produtividade é inevitavelmente afetada, o que, por sua vez, pode afetar o bem-estar e a produtividade de todos os que a rodeiam. Nos casos mais graves, tal pode conduzir a uma situação em que os colegas poderão não ser prestáveis ou solidários, manifestar sentimentos de estarem a ser injustiçados ou reagir quando se espera que sejam compreensivos com um colega que não está capaz de render o mesmo que eles. Felizmente, estes são casos muito raros e, normalmente, conseguimos dar um apoio que permite alcançar um resultado muito melhor.

No nosso ambiente, gerimos ativamente este tipo de situação de modo a garantir que as equipas se unem para se entreajudarem. Criamos comunidades e redes de pares em todos os níveis (gestão média, gestão superior ou dentro de cada especialidade), de modo a que todos sintam que fazem parte de pelo menos um grupo ou equipa em que se podem apoiar.

2. Se um colaborador tiver um problema de pele grave, quereria que ele falasse consigo sobre isso? De que falariam neste tipo de conversa?

Encorajaria o colaborador a falar com alguém. Temos uma série de pessoas disponíveis e que desempenham funções de apoio, além de que cada um tem uma pessoa diferente com quem poderá sentir-se à vontade para falar, que pode ser alguém dos RH, o seu gestor de linha ou outro elemento sénior da sua equipa.

Se alguém contactasse o RH acerca de uma doença de pele grave, eu gostaria de obter alguns dados acerca do que podemos fazer para tornar o seu dia de trabalho mais confortável; pode ser um «ajuste razoável» ao ambiente de trabalho, ao horário ou à função desempenhada. Procuraria confirmar que está a fazer tudo o possível em termos de assistência médica e encorajá-lo a consultar o seu médico assistente. Uma doença de pele pode afetar o estado de espírito de uma pessoa, por isso também procuraria encontrar formas de a apoiar no que diz respeito à sua felicidade e bem-estar.

“Manter a abertura e a honestidade sobre algo que afeta o trabalho permite que as outras pessoas compreendam”

3. Que assistência/apoio, como chefia, pode oferecer a um colaborador com uma doença de pele?

É neste ponto que temos de encontrar um equilíbrio entre as necessidades do indivíduo e as necesidades da empresa. Procuraremos sempre ser flexíveis – assim, se uma pessoa precisar de ir a consultas médicas, tentaremos organizarmo-nos para que seja possível. Poderemos encorajar os colaboradores a marcar as consultas para um período o menos perturbador possível para o desempenho das suas responsabilidades.

Existe muitas vezes alguma flexibilidade quanto ao local e ao momento em que o trabalho é realizado, o que poderá ser uma ferramenta útil de apoio a colaboradores com doenças de pele.

4. De que informação necessitaria do colaborador para poder prestar-lhe apoio na gestão da relação entre o trabalho e a doença de pele?

Precisaria de compreender o que o colaborador pensa que poderemos fazer por ele. Esta é uma questão chave, já que é diferente para cada pessoa. Precisaríamos de saber em que medida a doença afeta a sua capacidade de trabalho. Teríamos de saber se toma alguma medicação específica de que devamos ter conhecimento, apenas por uma questão de saúde e segurança.

5. De que forma pode ajudar um colaborador a gerir a relação entre o trabalho e a doença de pele?

A minha opinião é que, se um colaborador de valor tem uma doença que afeta o seu trabalho ou que o torna infeliz, nesse caso devemos ajudá-lo de modo a melhorar a sua qualidade de vida através de quaisquer «ajustes razoáveis» que possamos implementar.

Podemos fazer uma série de coisas: podemos reduzir o volume de trabalho, podemos oferecer flexibilidade, podemos organizar o trabalho de modo a que seja efetuado por outra pessoa e podemos, de uma forma adequada, informar a equipa das suas necessidades.

6. Na sua opinião, quais as vantagens de um colaborador ser honesto e aberto acerca da sua doença, tanto com os colegas como com o empregador/diretor/chefe?

São imensas – manter a abertura e a honestidade acerca de algo que afeta o nosso trabalho permite que as pessoas compreendam. Se tirar um dia de folga, se precisar de marcar uma consulta ou houver qualquer outra necessidade que será mais fácil satisfazer se os colegas ou o chefe compreenderem, há que dar-lhes a oportunidade de compreender aquilo de que necessita.

7. Que conselho daria a uma pessoa que tem uma doença de pele, mas que tem receio de falar sobre isso com o seu chefe? De que forma deve abordar o assunto?

Se houver alguma outra pessoa que possa dar-lhe apoio com essa conversa, deve então dirigir-se a essa pessoa – talvez um colega que o possa acompanhar a uma reunião ou ajudar a gerar uma conversa.

Há que recordar que, se a doença afetar a capacidade de desempenhar as suas funções, explicar a causa para tal acontecer é positivo.

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