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Confiança na carreira profissional

Apresentamos-lhe a Helen

A Helen é irlandesa e começou a sua carreira em vendas e marketing. Tendo descoberto uma paixão pela moda, decidiu começar o seu próprio blogue! Tendo psoríase há mais de 16 anos, Helen analisa de que forma as últimas tendências podem ser adaptadas a pessoas com esta doença de pele.

Tenho psoríase há mais de 16 anos e a estou na extremidade do espectro de doença moderada a grave. Encaro-a como um inimigo a derrotar e, embora me possa já ter vencido em algumas batalhas ao longo dos anos, estou determinada em ganhar a guerra!

No início da minha carreira, trabalhei em vendas e marketing, um emprego que envolvia encontrar-me com clientes e frequentar eventos. Era uma vida agitada, com os seus stresses, e que, como todos sabemos, exacerbava ainda mais a psoríase. Mas eu tive sorte porque, como venho de um ambiente familiar onde recebi sempre imenso apoio e encorajamento (nada bate uma mãe irlandesa), foi-me incutida uma autoconfiança que me permitiu lidar de frente com a psoríase. Nunca senti vergonha da minha pele – a psoríase é apenas um pequeno pedaço da pessoa que sou e, com toda a sinceridade, o resto da minha pessoa é muito mais interessante!

«Por muito que deteste admiti-lo, a psoríase afeta realmente todos os aspetos da nossa vida.»

A única maneira de os meus colegas saberem da minha doença de pele era se aparecesse na cara ou nas mãos. De outro modo, estava sempre escondida. As tonalidades branco, cinza, castanho e bege passaram a ser o meu «preto» - as cores seguras do meu guarda-roupa que garantiam que conseguia disfarçar o aparecimento de escamas nos ombros. Usava sempre calças compridas, ocultando o facto de que, por baixo das minhas botas sempre na moda, usava meias de desporto até ao joelho para proteger as pernas e impedir a fuga de escamas de pele. O verão era a época das calças largas de linho, enquanto cobria os braços com casacos finos e levíssimos que, para as outras pessoas, pareciam ser a minha imagem de marca, mas que na verdade era a minha forma de esconder as placas. Quando aparecia nas mãos, usava uma tática de distração – uma boa manicura, algumas joias bonitas e, na verdade, recusar-me a pensar demasiado nisso, tudo isso funciona.

Quando tinha uma crise particularmente desagradável, por vezes contava aos meus colegas – mas apenas para evitar potenciais manifestações de pena, mesmo que bem-intencionadas. «A minha pele está com fitas». Encolhia os ombros e dava a conversa por terminada. É o inimigo, lembra-se? Eu não ia dar-lhe mais tempo de antena do que o estritamente necessário. Os meus colegas prestavam-me sempre o seu apoio silencioso: respeitavam o meu desejo de não se falar sobre o assunto. Após uma visita emocionalmente devastadora à Clínica Internacional da Psoríase no Mar Morto, em Israel (de onde regressei com tantas escamas como quando lá cheguei), foram maravilhosos. «Não funcionou», foi esta a minha breve declaração quando entrei no escritório. A sua reação foi desencaminharem-me para um almoço (muito) líquido, onde brindámos à esperança numa cura no futuro e rimos na cara desta doença terrível. Rir faz bem! Rir ajuda mesmo!

Por muito que deteste admiti-lo, a psoríase afeta realmente todos os aspetos da nossa vida. Mas uma coisa eu aprendi e em que acredito convictamente: nós temos o poder de controlar a forma como os outros vêem e percecionam a nossa doença. Podemos torná-la na história central da nossa vida, ou então podemos transformá-la num simples anexo.

«Nunca senti vergonha da minha pele – a psoríase é apenas um pequeno pedaço da pessoa que sou e, com toda a sinceridade, o resto da minha pessoa é muito mais interessante»

Ao longo de todos estes anos com pele escamosa, isso nunca afetou a minha carreira. Nunca foi um problema com os meus colegas e nunca me impediu de fazer tudo o que quis fazer num ambiente de trabalho. Disse aos meus colegas que tenho psoríase… mas não atribuí demasiada importância a essa informação. Mantive a minha decisão inflexível de que não me definirá. Essencialmente, penso que a melhor forma de resumir o modo como encaro a minha vida profissional como doente de psoríase é com este mantra: «Independentemente de como te sentes, levanta-te, veste-te, aparece onde és esperada e nunca desistas». Não está nada mau como filosofia de vida!

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