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Afinal o que é a UCE – Urticária Crónica Espontânea?

Existem vários tipos de urticária: Urticária Crónica Aguda e Urticária Crónica que se divide em Espontânea e Indutível. 1,2

A urticária consiste em lesões cutâneas como manchas ou pápulas avermelhadas, tipicamente acompanhadas de muita comichão², e que normalmente desaparecem em menos de 24 horas para aparecerem noutro local do nosso corpo¹. Estes sintomas podem ser acompanhados de inchaço nas camadas mais profundas da pele ou nas mucosas (lábios, língua e genitais) tornando-se doloroso e com uma sensação de queimadura, sendo a sua resolução mais lenta e podendo durar até 72 horas. ²

A maioria dos casos (2/3) de Urticária Crónica são UCE. 3

Diz-se Urticária Crónica Espontânea (UCE) quando estas manifestações aparecem diariamente num período superior a 6 semanas, sendo a sua duração média de 1 a 5 anos. ¹,²

A UCE afeta até 1% da população geral a qualquer momento da sua vida², tendo maior incidência no sexo feminino (2 mulheres para 1 homem) ¹, sobretudo na terceira/quarta década de vida. Porém, pode surgir em qualquer idade.

As pessoas afetadas sentem um impacto significativamente negativo na qualidade de vida. Não apenas no que diz respeito ao seu aspeto físico, mas também social e emocionalmente. ¹

O desconforto produzido pela comichão intensa, a ansiedade causada pela imprevisibilidade do seu reaparecimento e a incapacidade provocada pelos surtos de pápulas e inchaço podem causar danos a nível psicológico no doente. ¹

Este sofre com ansiedade e depressões, com vergonha de expor o seu corpo começa a isolar-se socialmente, ganha restrições a nível de vestuário, limitações nas suas atividades, diminuição da exposição solar e vê a sua vida sexual a ser afetada pela doença. Para além disso, o impacto da doença afeta também as suas capacidades de concentração e produtividade. Com despertares frequentes vê o seu sono ser alterado, diminuindo a sua duração e qualidade. Todos estes despertares noturnos originam um consequente absentismo e presentismo. ¹,²

Apesar de não ter cura, a UCE tem tratamento e pode ser controlada com medicação adequada. É assim imprescindível que o doente procure um especialista em imunoalergologia ou dermatologia e que efetue os exames clínicos necessários para um correto diagnóstico e tratamento. ¹

Procure a ajuda de um especialista. ¹ A UCE não tem cura, mas tem tratamento.

Referências

  1. Costa C. et al, Doente com urticária crónica: diagnosticar e tratar melhor, Post graduate Medicine vol45 (1): 1-8

  2.  Costa, A. et al, (2016). Urticária Crónica - Do Diagnóstico ao Tratamento, Revista SPDV 74(4) 2016:315-325

  3.  Costa, C. et al, Abordagem Diagnóstica e Terapêutica da Urticária Crónica Espontânea, Acta Med. Port 2016 Nov;29(11):763-781

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