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Um amor difícil

Apresentamos-lhe a Alison

Alison é casada e vive com o marido e o gato em Runcorn, Manchester. É escritora médica com uma licenciatura em Neurociências e tem muita curiosidade em saber como as outras pessoas vêem o mundo. Alison tem psoríase há 7 anos e nesse período passou por muitos altos e baixos com os seus sintomas. 

Ao contrário da minha, a psoríase da minha mãe não é muito visível e ela consegue controlá-la com um creme, agora que já tem o diagnóstico correto.

Adoro a minha mãe, mas ela não é sempre a pessoa com mais tato do mundo e por vezes a psoríase fez que a nossa relação se tornasse um pouco tensa.

«Quando o meu médico de família me perguntou «Mais alguém da sua família tem psoríase?», lembrei-me do eczema que a minha mãe não conseguia fazer desaparecer.»

Quando era mais nova e vivia em casa, a minha mãe vinha ter comigo logo de manhã e eu sabia logo se a minha psoríase estava particularmente visível nesse dia, porque ela punha logo «aquela cara».

Era a mesma cara que fazia quando não gostava do meu corte de cabelo ou da roupa que estivesse a usar. Com os lábios franzidos, a abanar a cabeça, ela dizia em tom desiludido:

"Ali...a tua pele não está com grande aspeto, pois não...?"

Não gostava que me dissessem que estava com mau aspeto ainda antes de sequer ter tomado o pequeno-almoço, por isso normalmente limitava-me a responder:

«Está tudo bem, mãe, é que ainda não pus a maquilhagem."

E arrastava-me outra vez para o andar de cima, a sentir-me rabugenta e complexada.

Sei agora que a minha mãe estava apenas a tentar ser honesta comigo. Porque também tinha psoríase, sabia como poderia causar comichão e ser incómoda, e preocupava-se com a forma como as outras pessoas me iriam tratar devido ao aspeto da minha pele.

A apreensão e a honestidade (por vezes bruta) são apenas a forma que ela tem de mostrar que se preocupa. Sei que posso contar com a minha mãe para estar sempre ao meu lado quando precisar dela – como quando tive uma crise grave antes do casamento da minha amiga e a arrastei por toda a cidade à procura de um produto para disfarçar.

Conselho da Alison

Eu diria às pessoas com psoríase para terem paciência com as pessoas de quem gostam. É fácil sentirmo-nos complexados com a nossa aparência se a pele estiver toda vermelha e a escamar, mas devemos tentar pressupor que nos abordam com as melhores intenções, e não o contrário, caso digam alguma coisa que nos pareça insensível, em vez de nos pormos à defesa ou nos zangarmos. Como a minha mãe, provavelmente não têm qualquer intenção de nos magoar.

Mesmo que nem sempre o consiga expressar, desejo o melhor do mundo para a minha mãe – e sei que ela também deseja o melhor para mim.

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